quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dragon Ball Regressa a Portugal


Depois do “Astroboy”, de Tezuka, a Asa volta a apostar num clássico do mangá com a edição da série “Dragon Ball”, de Akira Toriyama. Já editada anteriormente em Portugal pela Planeta Agostini, em 2000 e 2001, numa edição para os quiosques, a série regressa agora numa mais cuidada edição para as livrarias.
Dragon Ball, antes de ser uma série de animação que teve um sucesso estrondoso em Portugal, começou por ser um mangá (nome dado à BD no Japão) de sucesso que permitiu ao seu jovem autor, Akira Toryama firmar a sua posição no competitivo mercado japonês. Na origem de “Dragon Ball”, série cuja pré-publicação se iniciou em Novembro de 1984 nas páginas da revista “Shonen Weekly Jump”, estão “Dragon Boy”, um projecto anterior de Toryama que narra as andanças de um jovem guerreiro que conta com a ajuda de um pequeno dragão saído de uma bola de cristal, e a lenda chinesa de Sun Wu Kong, “O Rei Macaco”, que já foi alvo de outras adaptações à BD, entre outros, por Milo Manara.
Son Goku, o jovem guerreiro ingénuo de cauda de macaco e coração puro é pois o protagonista de uma saga épica, cheia de personagens carismáticos e que, à boa maneira japonesa, se prolonga por 42 volumes de quase 200 páginas cada, em que o ponto de partida inicial, a busca das sete bolas de cristal cuja junção permite evocar o espírito de um poderoso dragão, cedo dá lugar a uma série de combates ritualizados, integrados num percurso iniciático que permitirá aos personagens sujeitos a treinos violentíssimos, ascender aos estatuto de super-guerreiros. Mas, complementando a acção, para além do humor, existem toda uma série de relações sentimentais e familiares, que se vão desenvolvendo ao longo da série e que não tem grande paralelo nos congéneres ocidentais, onde estes elementos mais “telenovelescos” geralmente estão ausentes.
Tal como já acontecia com a anterior edição da Planeta Agostini, a edição da Asa também respeita o original japonês, até na forma como está impressa, inversa aos padrões ocidentais, com a história a ler-se de trás para a frente e, dentro de cada página, da direita para a esquerda. Algo que vai exigir algum esforço de adaptação da parte dos leitores, mas que não deve ser impedimento para descobrir esta divertida série e verificar até que ponto a série televisiva é, ou não, fiel ao mangá que lhe deu origem. Agora convém ver se a Asa consegue manter um ritmo de publicação regular, indispensável para poder manter os leitores presos a uma série de grande fôlego, que se prolonga por 42 números.
(“Dragon Ball” de Akira Toryama, Edições Asa, 190 pags, 9,50 € cada volume)
Versão integral do texto publicado no "Diário As Beiras" de 16/10/2010

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